Presidente de sindicato e empresário de ônibus são presos acusados de usar trabalhadores como massa

Greves apenas para pressionar o poder público a aumentar a tarifa de ônibus. Acordos trabalhistas que prejudicavam os funcionários de transportes. Estas são algumas das práticas que a Polícia Federal e o Ministério Público de Minas Gerais descobriram envolvendo o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Governador Valadares, Jorge Ferreira Lopes, e o dono Empresa Valadarense de Transporte Coletivo, Roberto José de Carvalho.
Nesta terça-feira 21 de junho de 2016 foi realizada a quinta fase da Operação Mar de Lama.
O sindicalista foi preso nesta terça e o dono de empresa de ônibus já cumpria prisão desde maio, quando foi deflagrada a terceira fase. No entanto, o motivo da prisão do empresário em maio foi o pagamento de propinas a vereadores.
Segundo nota do Ministério Público, em 2010, o líder sindical recebeu R$ 200 mil do empresário de ônibus em dois pagamentos para fazer um acordo que mais beneficiava a companhia de transportes do que os trabalhadores. No mesmo ano, o sindicalista também inflamou os trabalhadores para fazer greve e, com isso, a empresa de ônibus conseguiu aumento tarifário.
Na nota, o MP diz que a operação de hoje é um desdobramento dos trabalhos da terceira fase:
“Nas buscas realizadas na 3ª fase da operação, no dia 19 de maio, foram arrecadadas provas que demonstram pagamentos indevidos envolvendo empresa de transporte coletivo e o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários de Governador Valadares (Sinttro/GV). Os motivos dos pagamentos seriam a realização de acordos escusos em processos trabalhistas envolvendo funcionários da empresa, assim como possível pressão ao município para realizar o aumento das passagens do transporte público.”
A operação Mar de Lama teve início em 2014, para apurar o desvio de R$ 4,7 milhões de recursos que deveriam ser aplicados em medidas emergenciais após chuvas fortes ocorridas em 2013, em Governador Valadares, município do Vale do Rio Doce.
No entanto, a exemplo da Operação Lava Jato, as investigações se depararam com outros esquemas, havendo assim desdobramentos e diferentes fases. Até o momento apenas a terceira e a quinta fase têm relação com os transportes na cidade.
Em nota, a empresa de ônibus Valadarense disse que “todos os acordos firmados asseguraram os direitos dos seus trabalhadores, tanto no que se refere aos reajustes salariais quanto aos benefícios concedidos. A empresa reafirma que os termos das convenções coletivas estão em consonância com a prática de remuneração nacional da categoria, o que pode ser evidenciado pela comparação com outros acordos da mesma natureza.”
O sindicato não se manifestou.
Fonte: https://blogpontodeonibus.wordpress.com/2016/06/21/presidente-de-sindicato-e-empresario-de-onibus-sao-presos-acusados-de-usar-trabalhadores-como-massa-de-manobra/
Equipe OnibusMSC