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Blumenau à Piracicabana.


Ônibus da Piracicabana no pátio da Prefeitura de Blumenau.

Foi apresentada na sexta-feira, dia 28 de maio a minuta do edital de licitação do transporte coletivo de Blumenau pela prefeitura. Os detalhes do edital foram apresentados pela prefeitura, em audiência no Parque Vila Germânica que reuniu cerca de 150 pessoas. Antes da apresentação do edital houve duas ou três audiências públicas na cidade e todas com poucas pessoas, muito pouco se pensar o tamanho e as características de Blumenau. Também pudera, a divulgação das audiências foi pouquíssima na cidade, não atendendo às recomendações básicas de criação de uma audiência pública que deve ser amplamente divulgada em todas as mídias como TV, rádio, jornais e Internet.

O interessante é que não houve conversas com empresários, com estudantes, associações de moradores, nem mesmo a câmara de vereadores discutiu o assunto, algo tão importante pra cidade e que mexe com a vida de todos. Apesar de sugestões, não se discutiu a entrada oficial de veículos piso-baixo, para melhor acessibilidade e nem a exigência de ar-condicionado, um dos itens mais pedidos pelos passageiros, mas wi-fi e carregadores USB estiveram na pauta e serão exigidos, serão itens tão importantes assim?

Segundo a minuta da licitação, a empresa ou consórcio vencedor terá de disponibilizar uma frota de 246 veículos, sendo 242 ônibus e quatro vans. O tamanho e o modelo dos ônibus podem variar, mas como assim? Com o Consórcio Siga, havia exigências muito rígidas sobre os tamanhos e tipos de veículos e agora virá o que a empresa quiser? Aliás, será apenas um lote, mesmo com os erros com o Consórcio Siga, a prefeitura insistirá e colocará um único lote, seria melhor haver dois.

A minuta também fala que 40% da frota precisa ser zero quilômetro. O prefeito Napoleão disse no início deste ano que seria 100% da frota zero, por que mudou? É muita sacanagem isso. Todos os outros veículos (60%) que vierem usados, tendo no máximo oito anos, terão obrigatoriamente de ser trocados em três anos por ônibus zero quilômetro, ou seja, não é agora que o blumenauense andará de ônibus novos em todo o seu trajeto.

A empresa vencedora precisará implantar sistema de bilhetagem eletrônica e também um sistema online de monitoramento de frota. A operação e a vigilância dos terminais e estações de pré-embarque serão de responsabilidade da empresa. Caberá ao poder público fazer a manutenção, o que inclui a limpeza dos espaços. Menos custos que o Consórcio Siga teve, por exemplo. O edital estabelece o teto da tarifa em R$ 3,75. Vence a licitação quem oferecer o menor valor. A operação começa 90 dias após a assinatura do contrato, sendo que em até 80 dias todos os veículos deverão estar prontos.

Bem, o que foi apresentado na audiência pública foi um jogo de cartas marcadas, tudo atende exatamente o gosto da atual empresa que opera em Blumenau, e que não costuma comprar articulados, em Brasília, por exemplo, ela é a única empresa que não tem esse tipo de veículo. A licitação não exige articulados para Blumenau! Curioso, não? Outro ponto interessante desse edital é a exigência de padrons (chassi de motor traseiro) é por potência, neste caso, 200 cv, muito baixo pra um padron com boa capacidade numa linha troncal, isso dará muita margem para que a empresa vencedora possa usar aquele “jeitinho brasileiro” e colocar ônibus com o arcaico chassi dianteiro nas linhas troncais. É bem visível que o transporte coletivo de Blumenau não será tão cedo aquela referência em qualidade que em outros tempos já fora, assim como a cidade de Joinville, mais ao norte de SC, que também está com problemas.

Ônibus da Verde Vale, como a Rodovel ainda opera em Blumenau, mas como intermunicipal.

No dia 23 de janeiro deste ano, a prefeitura de Blumenau determinou a caducidade do contrato das empresas que formam o Consórcio Siga: Coletivo Rodovel, Nossa Senhora da Glória e Viação Verde Vale. De acordo com a prefeitura, as três empresas de ônibus deixaram de cumprir várias cláusulas do contrato, como renovação de frota, ônibus circulando com idade superior à permitida, falta de veículos acessíveis, descumprimento de horários e não realização de investimentos previstos para a melhoria do sistema. As empresas de ônibus descredenciadas alegaram desequilíbrio da remuneração no contrato, o que ampliou as dificuldades financeiras que dizem ter enfrentado. Um exemplo disso era a quantidade de gratuidades e descontos nas passagens para vários grupos de passageiros, onerando o valor da tarifa e sem qualquer tipo de contrapartida ou subsídio por parte da prefeitura, dando prejuízo às empresas.


Segundo o vereador Ivan Naatz, numa publicação em seu perfil no Facebook, a Viação Piracicabana já tinha endereço em Blumenau em janeiro deste ano, no mesmo mês que decretou a aumento das tarifas e rompeu o contrato com o Siga. Vários ônibus do grupo, segundo relatos de busólogos de São Paulo no site Ônibus Brasil, já estavam sendo pintados de branco e tinham já carimbado o destino Blumenau, ainda em janeiro. Como acreditar quando o prefeito disse que iria mandar carta-convite pra outras empresas operarem aqui se uma já estava pronta pra assumir?

Atualmente a empresa que opera, de forma emergencial, em Blumenau, é a Viação Piracicabana, pertencente ao grupo Comporte, de Constantino, também dono da companhia aérea GOL. A Piracicabana opera em várias cidades no estado de São Paulo, em Uberaba/MG e em Brasília, nesta última ela teve sua concessão anulada por fraude na licitação, interessante, não? Pela tamanha má reputação que foi adquirida na cidade de Blumenau, a Piracicabana pode não entrar na disputa da licitação, porém, Constantino pode pôr outra empresa na disputa, já que ele possui muitas outras, o jornalista Adamo Bazani mostrou a relação das empresas no Blog Ponto de Ônibus a relação das empresas: Araucária Transportes e Serviços Ltda., Breda Transportes e Serviços S/A., BR Mobilidade Baixada Santista S/A – SPE, Empresa Auto Ônibus Manoel Rodrigues S/A., Empresa Cruz de Transportes Ltda., Empresa Princesa do Norte S/A., Expresso Maringá do Vale S/A., Expresso União Ltda., Reunidas Paulista, Turb – Transporte Urbano S/A., Viação Luwasa Ltda., Viação São Paulo São Pedro Ltda. O Grupo Comporte também é sócio, ligado ou controlador em conjunto da Cidade Verde Transp. Rodov. Ltda. – Controladora em Conjunto), Empresa de Ônibus Nossa Senhora da Penha S/A, – Controlada em conjunto, Expresso Caxiense S/A – Controlada em conjunto, Expresso Itamarati S/A – Controlada em conjunto, Expresso Maringá Ltda. – Controlada em conjunto, Transp. Coletivo Cidade Canção Ltda.- Controlada em conjunto, Transp. Coletivo de Rolândia Ltda. – Controlada em conjunto, – Transp. Coletivo Grande Bauru Ltda. – Controlada em conjunto, Transp. Coletivo Grande Londrina Ltda. Controlada em conjunto, Tua Transp. Urbano Arapongas Ltda. – Ligada, Viação Apucarana Ltda. Controlada em conjunto, Andorinha Transportes – Ligada. Ou seja, ele estará entre nós de alguma forma. Lembram quando comentei sobre a baixa divulgação das datas da audiência pública na cidade? Talvez pra que fosse evitada a participação popular, facilitando pra que certas empresas possam entrar na licitação futura, vai saber.

TEXTO DE DIEGO FELIPE DA COSTA, técnico em gestão da mobilidade urbana


Fonte: http://mundoonibus.com.br/portal/sc/blumenau/blumenau-a-piracicabana/

Equipe OnibusMSC



















 
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