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Greve de ônibus em São Paulo tem como pano de fundo a degradação financeira do maior sistema de tran


Ônibus em São Paulo. Sistema precisa urgentemente ser remodelado.

Nesta quarta-feira, 18 de maio de 2016, passageiros que dependem do maior sistema de transportes coletivos da América Latina devem ficar sem ônibus das 10h ao meio dia

O Sindmotoristas, que representa os motoristas e cobradores de ônibus, prometeu uma manifestação na qual deve fechar todos os 32 terminais da cidade e paralisar a frota nas ruas e corredores.

Os trabalhadores pedem, entre outras reivindicações, reajuste real de 5% mais a reposição da inflação. As empresas de ônibus ofereceram 2,31%.

As reivindicações trabalhistas são legítimas assim como os argumentos das empresas de ônibus.

No entanto, por trás de todo este impasse que mais uma vez deve afetar o passageiro, não está apenas uma simples relação trabalhista entre rodoviários e empresários.

O pano de fundo de tudo isso é a degradação financeira do sistema de transportes da cidade de São Paulo.

As empresas se queixam de constantes atrasos nos repasses referentes às gratuidades. Alguns destes atrasos, de acordo com as viações, somam quase R$ 100 milhões.

A Prefeitura de São Paulo nega que os atrasos sejam comuns e disse que se houve algum problema, foram situações pontuais.

Uma das explicações para esta situação delicada do sistema de transportes de São Paulo é o excesso de gratuidades. Ninguém é contra as gratuidades por direito, mas toda vez que elas são concedidas, deve haver um estudo que comprove que haverá uma contrapartida para o financiamento desses custos. A prefeitura com os cofres abalados por causa da queda da arrecadação e da situação econômica do País, além dos aumentos dos custos, tem dificuldades para arcar com esses benefícios que aumentaram na gestão Haddad.

Pressionado pelas manifestações contra a tarifa em 2013, o prefeito concedeu gratuidade para estudantes. Hoje em torno de 500 mil alunos não pagam tarifa em São Paulo.

Além disso, a idade mínima para idosos com gratuidade caiu de 65 para 60 anos.

Tudo isso é muito bom, mas e o dinheiro para arcar?

Até esta terça-feira, 17 de maio de 2016, a prefeitura já aplicou em subsídios ao sistema de transporte R$ 914 milhões. A verba para este ano é de R$ 1,8 bilhão. Se os gastos continuarem nesta ordem, o total reservado para subsídios que deveria durar o ano todo, se esgotará em setembro.

O congelamento de tarifas naquela época, enfiado goela abaixo pelo MPL – Movimento Passe-Livre é sentido hoje.

O MPL ou algum outro movimento será que têm alguma sugestão para resolver logo este impasse, sem se apegar somente a discussões conceituais e termos bonitos?

Mas os problemas em relação ao custeio dos transportes da cidade de São Paulo não vêm apenas de 2013 para cá.

O modelo de transportes em São Paulo, apesar do esforço de empresas e trabalhadores, é arcaico: sobreposições de linhas, trajetos ineficiente, ausência de corredores de ônibus e de metas para que as empresas sejam remuneradas pela eficiência do trabalho e não apenas pelos passageiros transportados.

Neste aspecto, justiça seja feita, a Prefeitura de São Paulo apresentou um novo modelo de transportes a ser licitado, que pelo menos tenta resolver parte desses problemas.

No entanto, o TCM – Tribunal de Contas do Município barrou em novembro do ano passado o certame, apontando quase 70 supostas irregularidades na disputa. Vale lembrar que a licitação deveria ser realizada em 2013, mas a prefeitura recuou também por causa das manifestações daquele ano.

Hoje restam 20 questões para ser respondidas. É verdade que uma licitação desse porte que vai movimentar R$ 166, 1 bilhões e terá contratos de até 40 anos, deve ser feita com primazia e sem falhas.

Mas será que o TCM, que tem direito e dever de se manifestar se detectar algum problema, não está sendo omisso? É muito tempo de licitação barrada.

Será que os conselheiros e técnicos não tiveram tempo de equacionar os problemas e fazer as sugestões para prefeitura nestes cinco meses?

É notória a indisposição política entre prefeitura e TCM.

Ninguém quer adiantar o processo, mas também ninguém quer que ele seja atrasado.

Todos são responsáveis por um transporte melhor em São Paulo e há falhas de diversos lados.

No entanto, neste jogo de empurra-empurra que tem sido o sistema da capital paulista, quem mais sofre são os trabalhadores e os passageiros.

As discussões são trabalhistas, mas envolvem políticas públicas.


Fonte: https://blogpontodeonibus.wordpress.com/2016/05/18/greve-de-onibus-em-sao-paulo-tem-como-pano-de-fundo-a-degradacao-financeira-do-maior-sistema-de-transportes-da-america-latina/

Equipe OnibusMSC


 
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