Empresário de ônibus do ABC é indiciado pela PF por lavagem de dinheiro.

A Polícia Federal indiciou por crime de lavagem de dinheiro o dono de empresas de ônibus de Santo André e do jornal Diário do Grande ABC, Ronan Maria Pinto, e o ex-senador do PTB, Gim Argello.
Ronan Maria Pinto, que está preso desde o dia 1º de abril de 2016 por determinação do juiz federal Sérgio Moro, durante a 27ª fase da Operação Lava Jato, é acusado de ter recebido R$ 5,8 milhões que são parte de um empréstimo considerado fraudulento do banco Schahin para o PT por meio do pecuarista e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Carlos Bumlai.
O valor total do empréstimo foi de R$ 12 milhões e nunca foi pago pelo PT. Em compensação, o Grupo Schahin conseguiu de maneira considerada ilegal pelo Ministério Público Federal um contrato coma Petrobras no valor de R$ 1,6 bilhão para a Operação do Navio-Sonda Vitória 10.000.
Ronan Maria Pinto, de acordo com as investigações e com depoimento do publicitário Marcos Valério, durante as apurações sobre o mensalão, recebeu o dinheiro depois de achacar o PT ameaçando citar nomes da cúpula nacional do partido nas investigações sobre a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel.
De acordo com o despacho do juiz Sérgio Moro, para despistar a origem e o destino do dinheiro, Ronan teria feito um caminho complexo dos recursos, envolvendo empresas de consultoria, do setor financeiro e suas empresas de ônibus em Santo André.
Segundo a Polícia Federal, esta atitude de Ronan configura-se em lavagem de dinheiro.
Um dos advogados de Ronan, Fernando Costa, disse ao jornal O Globo que o indiciamento só foi feito com base no depoimento de Marcos Valério.
O dinheiro, de acordo com as investigações foi usado para Ronan, concluir a compra do jornal Diário do Grande ABC e manipular as informações da região para seus interesses políticos e empresariais.
“Falar em lavagem de dinheiro é uma ilação. Ele é investigado também por extorsão, mas todas as supostas vítimas negam ter sido extorquidas. Além disso, achar que Ronan queria comprar um jornal local para controlar informações sobre a morte do prefeito Celso Daniel (do PT, assassinado em 2002) é ingenuidade. É uma versão que não para em pé” – disse o advogado.
EMPRESÁRIO JÁ É CONDENADO POR CORRUPÇÃO:
O Ministério Público Estadual de São Paulo sustenta que o esquema de corrupção envolvendo empresas de ônibus em Santo André motivou o assassinato de Celso Daniel, conclusão diferente da Polícia Civil de São Paulo, que afirma ser crime comum o sequestro e o assassinato do prefeito.
Ronan não é acusado pelo assassinato, mas no dia 23 de novembro de 2015, foi condenado à prisão pela juíza Maria Lucinda da Costa, da 1ª Vara Criminal de Santo André, por esse suposto esquema de corrupção envolvendo o setor de transportes na gestão Celso Daniel, entre 1999 e 2001. Também foram condenados o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, e o ex secretário de obras públicas de Celso Daniel, Klinger Luiz de Oliveira.
Sombra e Klinger foram condenados a 15 anos, seis meses e 19 dias de reclusão, em regime fechado, bem como ao pagamento de 78 dias multa pelos crimes de concussão, corrupção passiva, por várias vezes. Já Ronan Maria Pinto foi condenado a 10 anos, quatro meses e 12 dias de reclusão.
No entanto, por estes crimes, Ronan e os outros condenados poderiam recorrer em liberdade.
GIM ARGELLO:
Já o ex-senador Gim Argello foi citado nas delações do Senador Delcídio do Amaral e do dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa.
Argello foi preso durante a 28ª fase da Operação Lava Jato, no dia 12 de abril.
O Ministério Público Federal sustenta que há evidências fortes de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para OAS, ambas empresas investigadas pela Operação Lava Jato.
O advogado de Gim Argello, Marcelo Luiz Ávila de Bessa, afirmou que o indiciamento é um ato corriqueiro e que não acredita que haverá consequência processual.
PODEM SE TORNAR RÉUS:
Se o Ministério Público Federal for favorável ao indiciamento, Ronan e Argello serão denunciados à justiça e se tornam acusados.
Se a Justiça aceitar a denúncia, os dois se tornam réus.
Nesta segunda-feira, 02 de maio, Ronan e Argello foram transferidos da carceragem da PF, em Curitiba, para o Complexo Médico Penal, em Pinhais, na região metropolitana.
Fonte: https://blogpontodeonibus.wordpress.com/2016/05/04/empresario-de-onibus-do-abc-e-indiciado-pela-pf-por-lavagem-de-dinheiro/
Equipe OnibusMSC