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Busscar na Colômbia ganha título de empreendedorismo do Governo.

  • onibusminhasegunda
  • 26 de abr. de 2016
  • 5 min de leitura

A Busscar na Colômbia, que tem origem no grupo brasileiro fundado pela família Nielson, conquistou na semana passada o título de empresa MegaEmpreendedora, concedido pela iNNpulsa, uma unidade do governo colombiano vinculada ao Ministério da Indústria Comércio e Turismo.

Segundo nota da agência do governo da Colômbia, o título é destinado às empresas que se destacaram por promover inovação, empreendedorismo e desenvolvimento industrial e tem o objetivo de difundir as ações dessas companhias para que sirvam de modelo para projetos em outros empreendimentos.

O título é destinado a diversos ramos de atuação. Além da Busscar, receberam o reconhecimento onze empresas: Frisby, Davivienda, Induma, Casa Editorial El Tiempo, Inelco, Cerámica Italia, Carboquímica, Grupo Familia, Haceb, Inexmoda e Protección S.A.

A Busscar Colômbia foi formalizada no ano de 2002, sendo fruto de uma aliança entre a indústria local Carrocerías de Occidente, empresa fundada em 1995, e a Busscar Ônibus do Brasil, fundada pela família Nielson em 17 de setembro de 1946.

Se no exterior o nome Busscar tem acumulado referências positivas, no Brasil a situação é bem diferente.

Após falência decretada em 2012 e confirmada em 2014 (ver abaixo no histórico), a empresa já teve parte de seus ativos leiloados. As dívidas se aproximaram de R$ 2 bilhões.

No último dia 15 de março de 2016, houve a primeira tentativa de leilão de três ativos considerados entre os mais importantes: a Unidade Joinville SC – Fábrica de Carrocerias. Loc.: Joinville/SC, Unidade Pirabeiraba – Joinville SC – Fábrica de Peças. Loc.: Joinville/SC e a Unidade Rio Negrinho SC – Fábrica de Peças. Loc.: Rio Negrinho/SC.

Os três ativos somariam R$ 369.305.922,65 (trezentos e sessenta e nove milhões, trezentos e cinco mil, novecentos e vinte e dois reais e sessenta e cinco centavos), mas não houve interessados.

A próxima rodada de lances para esses mesmos ativos se encerra no dia 29 de março e estipula os valores gerais em R$ 221.583.000,00. No entanto, as fábricas podem ser vendidas por menos ainda se forem descontados os ativos circulantes, valores que a massa falida teria a receber, como restituição de tributos, por exemplo.

O mercado aposta ser muito difícil que a massa falida da Busscar consiga esses ativos circulantes na Justiça. Por isso, nessa segunda tentativa de leilão, as três fábricas podem ser compradas por R$ 176.501.366,00, se não houver lances maiores.

Assim, a fábrica de carrocerias em Joinville pode ser adquirida por R$ 149.918.000,00, a planta de peças do distrito de Pirabeiraba por R$ 15.797.160,00 e a de Rio Negrinho pelo valor de R$ 10.786.186,00.

Pagamentos podem ser feitos em até 60 parcelas. Outras propostas também podem ser enviadas no processo de falência da Busscar que tramita na Quinta Vara Cível de Joinville.

Já foram arrematados da massa falida da Busscar Ônibus os seguintes ativos: a fábrica de peças e materiais de fibra Tecnofibras, a Climabuss – de equipamentos – e refrigeração e as ações da Busscar Colômbia, empresa que atua naquele país.

Desde quando foi decretada a falência da Busscar pela justiça em 2012, as especulações sobre quem vai comprar a encarroçadora de ônibus são grandes.

Para este leilão, há uma aposta do mercado de que entre os interessados estariam empresários de ônibus que eram clientes da Busscar, entre eles o Grupo Gontijo. No entanto, o grupo de transportes não confirma oficialmente esta informação.

A encarroçadora de ônibus CAIO, com sede em Botucatu, no interior de São Paulo, também durante o processo de falência da Busscar, se interessou pelo negócio, entretanto, não há uma confirmação oficial de participação neste leilão.

Também foi levantada a possibilidade de compra pelo grupo chileno Vivipra, representante de marcas brasileiras de ônibus no país andino e revendedor de ônibus, caminhões e carros usados.

O Grupo Vivipra tem atuação desde 1985 com negócios não apenas no Chile, mas em outros países da América Latina.

Na descrição da história, o grupo destaca que foi representante exclusivo da Busscar brasileira e agora é da Busscar Colômbia, esta em operação.

A Busscar foi fundada oficialmente como Nielson no dia 17 de setembro de 1946, com iniciativa de Augusto e Eugênio Nielson, que começaram uma pequena oficina em Joinville, atuando na construção de móveis e utensílios e fazendo reparos em carrocerias de caminhões e cabines. Em 1948, a Nielson fez seu primeiro veículo de transporte coletivo, uma jardineira – ônibus simples feito de madeira. O veículo da Nielson foi uma encomenda da empresa Abílio & Bello Cia Ltda, que fazia a linha Joinville – Guaratuba, em Santa Catarina.

Foi na época do surgimento empreendimento dos Nielson que o Brasil começava a assistir mais intensamente o crescimento das cidades e também das relações comerciais entre as diferentes localidades. Tudo isso demandava uma maior oferta de transportes. Assim, muitos empreendedores compravam chassis de caminhão, como da Ford e da GM, e precisavam transformá-los em ônibus para enfrentar as difíceis estradas de terra e verdadeiros atoleiros. Nessa época, a Nielson & Cia Ltda. tinha o comando do patriarca da família, Bruno, e de seu filho Harold.

Em 1958, um dos marcos para a Nielson foi o projeto de estrutura metálica para os ônibus.

No início dos anos de 1960, ganhavam as estradas os modelos Diplomata, carroceria de dois níveis que lembravam os Flxibles norte-americanos que, quando foram importados pela Expresso Brasileiro Viação Ltda, eram chamados de Diplomata. A Nielson, então, conquistava definitivamente o mercado.

Nos anos de 1980, a Nielson cresce mais, e, no segmento de rodoviário, travava disputa acirrada com a Marcopolo. Já no segmento urbanos, a briga era com a CAIO, praticamente de igual para igual.

A linha Diplomata tinha recebido novas versões, e o Urbanuss ganhava atenção dos frotistas.

Por uma estratégia de negócios, a Nielson mudou a marca para Busscar. Inicialmente, a marca foi conhecida como Busscar-Nielson. Surgiram os rodoviários El Buss e Jum Buss e os urbanos da linha Urbanuss.

Em 2002, a Busscar começa a enfrentar dificuldades financeiras. A família Nielson alegava problemas motivados pela variação cambial e dificuldades de créditos, mas já havia também erros administrativos internos. O BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – chegou a realizar empréstimos para a empresa, que não foram plenamente honrados. A recuperação não foi plena, havendo novamente outro problema financeiro em 2004. A última crise da Busscar começou em 2008, quando a empresa começou a atrasar salários.

Depois de uma dívida que se aproximou de R$ 2 bilhões, contando juros, impostos e débitos com fornecedores, trabalhadores e bancos, a empresa teve a falência decretada em 27 de setembro de 2012 pelo juiz Maurício Cavalazzi Povoas. A decisão, porém, foi anulada em 27 de novembro de 2013, após recursos judiciais. No entanto, os recursos caíram em 5 de dezembro de 2013. A família Nielson chegou a apresentar um novo pedido de recuperação judicial, mas o juiz Luis Felipe Canever, de Santa Catarina, após negativa por parte dos credores, decretou, no dia 30 de setembro de 2014, nova falência da encarroçadora de ônibus Busscar, que já foi uma das maiores do Brasil.

Os negócios continuam na América Latina. Na Expo Foro 2016, feira especializada em transporte coletivo realizada entre 1º e 4 de março de 2016 no México, a Busscar anunciava planos de expansão de negócios.


Fonte: http://onibusbrasil.com/blog/2016/04/26/busscar-na-colombia-ganha-titulo-de-empreendedorismo-do-governo/

Equipe OnibusMSC


 
 
 

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